Evento em Porto Alegre reuniu diretoria, ex-presidentes, associados e autoridades de demais entidades de classe e instituições

A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV) comemorou os seus 60 anos de existência reunindo, na noite de sábado, dia 5 de julho de 2025, diretoria, associados, ex-presidentes, seus familiares, além de presidentes e representantes de associações e entidades de classe, e demais autoridades do TRT da 4ª Região, Anamatra, Ministério Público do Trabalho e da OAB-RS. O evento ocorreu na Sociedade Libanesa, em Porto Alegre (RS).

A cerimônia que abriu a comemoração lembrou o início da trajetória da Amatra IV em 1965. No dia 7 de junho daquele ano, um grupo de juízes fundou a Associação na capital gaúcha que, desde então, passou a lutar pelos direitos dos magistrados do Trabalho no Rio Grande do Sul e a incentivar o surgimento de outras entidades semelhantes pelo país. Além do ministro Ronaldo Leal, também se destacaram na arregimentação da categoria os juízes Ari Gomes Ferreira e José Fernandes Rufino.

O presidente da Amatra IV, doutor Tiago Mallmann Sulzbach, afirmou que são 60 anos de história de uma entidade que prima sempre pelo compromisso com a sociedade brasileira, com o direito do trabalho, com a justiça do trabalho e com a União. “Esse sentimento de pertencimento que temos entre os colegas, tudo isso engloba ser uma associação de 60 anos de idade. E, neste momento, que podemos ver aqui ex-presidentes de 1981, temos muitas pessoas presentes que são juízes e não eram nascidas naquela época”, enfatizou.

O doutor Tiago reforçou que a comemoração de aniversário da Amatra IV foi um evento muito interessante em todos os aspectos, “inclusive esse resgate histórico da importância que cada um deu para a Associação, o seu tempo de vida, de família”. “Por todo esse tempo dedicado é importante ter, pelo menos, um reconhecimento da Amatra e foi isso que tentamos fazer nesta confraternização”, ressaltou.

O vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, comemorou o evento dizendo que foi uma noite extremamente importante para a magistratura trabalhista do Rio Grande do Sul. “Estamos comemorando os 60 anos de existência da nossa associação. E ela serve para garantir as nossas prerrogativas como magistrados e magistradas. Também funciona na articulação entre os outros poderes e com a própria administração do Tribunal”, colocou, frisando que “as prerrogativas estarão asseguradas na medida em que Justiça do Trabalho e Amatra IV andarem de mãos dadas”. Conforme o desembargador, é um momento festivo e que possibilita assistir a história sendo feita. “60 anos é uma notícia, é um período emblemático. A nossa entidade sempre lutou muito e luta não só pelos magistrados, mas pela jurisdição trabalhista. A justiça do trabalho é quem dá o equilíbrio nas relações de trabalho”, observou.

Também esteve presente ao evento o diretor e representante da Anamatra – Associação Nacional das Magistradas e dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Márcio Lima do Amaral, que presidiu a Amatra IV entre 2022 e 2024. Destacou que a Associação é uma entidade na sociedade gaúcha que luta pelos direitos sociais e pela magistratura trabalhista, colocando a justiça do trabalho no primeiro plano. “A justiça do trabalho faz toda a diferença na sociedade moderna, na sociedade contemporânea. Então nós, como ex-dirigentes ou atuais dirigentes da Amatra IV, temos muito orgulho de ter participado dessa história, de ter levado essa bandeira da defesa da justiça do trabalho, da defesa dos direitos sociais e da magistratura trabalhista. Eu, como último presidente, antes do Tiago, tenho muito orgulho de ter participado dessa história”, concluiu.

A diretoria da Amatra IV preparou uma homenagem especial aos ex-presidentes com a entrega de placas de reconhecimento pelo empenho e dedicação ao longo dos anos, ajudando a escrever inúmeros capítulos da história de 60 anos da Associação. As placas foram entregues pelo atual presidente, doutor Tiago Sulzbach, pela vice-presidente doutora Eliane Covolo Melgarejo, pela diretora financeira doutora Rachel Albuquerque de Medeiros Mello, pelo secretário-geral doutor Jefferson Luiz Gaya de Goes e pelo diretor administrativo doutor Eduardo Duarte Elyseu.

O primeiro ex-presidente a receber a homenagem foi Adil Todeschini, que presidiu a Associação entre 1980 e 1981. Lembrou que naquela época, antes da Constituição de 1988, ser presidente da Amatra era muito difícil, porque não tinha direito a se afastar da jurisdição, pois a atividade era cumulativa, “então precisava ter muita vocação”. “Não havia interlocutores, independência administrativa e econômica da magistratura, mas eu tinha um bom entrosamento com um colega, e quando havia necessidade da intervenção da associação, nós fazíamos em conjunto. Praticamente as reivindicações eram as mesmas, manter as prerrogativas da magistratura. Uma época de muita mudança administrativa e judiciária. Enfim, conseguimos manter a Amatra ativa até hoje, com esses sucessivos colegas que se dispõem a assumir essa tarefa tão importante e necessária para a nossa magistratura”, enfatizou.

O segundo ex-presidente a receber a placa foi Gilberto Libório Barros, que esteve à frente da entidade entre 1983 e 1985. Contou que o grande mentor foi Ronaldo Leal, que era na época juiz de Santa Maria. “Nos reunimos com outros juízes e criamos essa associação. Agora sou um dos mais antigos do período, aposentado, mas sempre prestigiando a Amatra que continua se esforçando e estou confiante que vai dar certo”, pontuou.

A vice-corregedora e desembargadora Maria Madalena Telesca, que presidiu a Amatra IV entre 1998 e 2000, ressaltou a importância dos 60 anos de uma associação, seja de qualquer categoria, e “de juízes e juízas do Trabalho, mais ainda”. “Enfrentei um período bem difícil de remuneração ruim, de ameaça de extinção da Justiça do Trabalho, e com a união de todos nós superamos todos esses percalços. E posso dizer que uma das coisas que eu tenho mais orgulho é de ter sido presidente da minha Associação, de ter contado com a confiança e o apoio dos meus colegas”, reforçou.

O ex-presidente Paulo Luiz Schmidt, que exerceu o cargo entre 2004 e 2005, se referiu aos 60 anos da Amatra IV como uma marca histórica. Disse que faz lembrar as lutas da história que trouxeram até aqui. “Pouca gente sabe, mas a Amatra IV foi uma das poucas associações de juízes que participaram das lutas da redemocratização no final da década de 70 e início da de 80. E, na verdade, as associações são a síntese das aspirações coletivas de todos os seus associados, elas sempre tiveram um papel de representação política muito importante, não institucional, mas que puderam ter voz, onde a instituição não teve. Sempre foi assim e sempre vai ser assim. Então, a Amatra IV é a síntese do que são os seus juízes e juízas”, comentou.

O ex-presidente Rodrigo Trindade de Souza, que atuou entre 2016 e 2018, destacou que a comemoração de 60 anos da Amatra IV é um momento muito importante, porque é uma Associação que tem atuado em temas de grande relevância nos últimos anos. “Os juízes não podem se manifestar individualmente sobre temas políticos importantes do país, mas a entidade pode e deve. E a nossa Associação nesses últimos anos tem se posicionado sobre questões de relevância”, colocou, lembrando que a reforma trabalhista foi uma das mais importantes nos últimos anos. “A Amatra IV se posicionou de forma muito firme. Diversos dos problemas que temos encontrado hoje com a reforma trabalhista foram, lá em 2017, bem identificados e alertados pela Associação. Então, é relevante lembrar essa trajetória e a importância que tem no tratamento dos grandes temas nacionais”, afirmou.

Entre 2018 e 2020, a Amatra IV foi presidida por Carolina Hostyn Gralha que também esteve presente na homenagem. Salientou a importância de uma associação de vanguarda que cria o movimento associativo na Justiça do Trabalho e o quanto isso avança em todos os direitos e o reconhecimento do próprio direito do trabalho. “A Amatra IV, além da importância em relação à sua classe, dos juízes do trabalho, tem uma importância de estrutura mesmo em relação ao direito do trabalho, à Justiça do Trabalho, enquanto instituição tão importante num país tão desigual quanto o nosso”, colocou.

Entre os ex-presidentes da Amatra IV homenageados também estiveram Ricardo Carvalho Fraga (1994/1996), Clóvis Fernando Schuch Santos (1996/1998), Roberto Teixeira Siegmann (2002/2004), Ary Faria Marimon Filho (2005/2008), Luiz Antonio Colussi (2008/2010), Marcos Fagundes Salomão (2010/2012), Daniel Nonohay (2012/2014) e Rubens Clamer dos Santos Jr (2014/2016). Francisco Rossal de Araújo (2000/2002) foi representado por sua esposa, Manoela, e a ex-presidente e atual ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Helena Malmann (1992/ 1994), foi representada pelo seu filho, o atual presidente doutor Tiago.

Texto: Rejane Costa/ComEffective
Foto: Érika Ferraz/ComEffective