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Sede da Justiça do Trabalho gaúcha mais uma vez abre as portas para visita de escola pública da capital

Uma das atividades do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) são as visitas que aproximam alunos da estrutura do TRT-4

Pela segunda vez em 2025, o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) abriu suas portas para receber alunos de escola pública que conheceram a estrutura da justiça trabalhista do Rio Grande do Sul. A visita, no dia 8 de setembro, envolveu um grupo de alunos e professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Afonso Guerreiro Lima, do bairro Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre.

O Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC), coordenado pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV), é um projeto de educação e cidadania que leva conhecimentos básicos sobre direitos trabalhistas, justiça social e valores de Direitos Humanos a estudantes e comunidades, buscando aproximar a Justiça do Trabalho da sociedade e promover o exercício consciente da cidadania.

Um grupo de servidoras, servidores, magistradas e magistrados do TRT-4, tendo à frente a Coordenadora Regional do TJC, juíza do Trabalho Aline Fagundes, recebeu os alunos e professores. Foram calorosamente recebidos: “Este espaço é de vocês, é da comunidade. Afinal, esse lugar só faz sentido de existir se for para servir à comunidade”, ressaltou Aline.

Na sequência, o agente de polícia judicial, Ronaldo Felício, deu um depoimento emocionado sobre sua história, explicando que sua mãe também se alfabetizou na EJA, aos 67 anos, para poder ler a Bíblia. Destacou, ainda, todo o treinamento recebido, voltado ao melhor atendimento possível dos visitantes, com acolhimento e respeito.

A seguir falou a juíza auxiliar da vice-presidência do TRT-4, Luciana Caringi Xavier. A magistrada fez uma didática explicação sobre o funcionamento da prestação jurisdicional, destacou a importância dos estudos e encantou os alunos ao convidá-los a conhecer a sala das togas.

O grupo visitou o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc), onde foram recebidos pela juíza supervisora Luciana Böhm Stahnke.

De lá, seguiram à sala de monitoramento, onde 1,2 mil câmeras acessam 64 unidades do Trabalho em todo o Rio Grande do Sul.

Os alunos, na sequência, visitaram o gabinete da desembargadora Vânia Maria Cunha Mattos, uma entusiasta do programa, que sempre se coloca à disposição para as visitas.

Passando ao prédio das varas, o grupo foi recebido pelo servidor coordenador da direção do Foro Trabalhista, Enio Rockenbach Júnior, que explicou o funcionamento do local. “Aqui temos uma espécie de prefeitura do prédio. Circulam por aqui em torno de 5 mil pessoas por dia. São 30 Varas do Trabalho, serviço médico, segurança e zeladoria, entre outros setores”, detalhou.

Outro ponto da visita foi a 7ª Vara do Trabalho. O juiz titular da unidade, André Ibaños Pereira, convidou os alunos a conhecer a sala de audiências, prendendo a atenção de todos ao explicar o funcionamento do ato e permitindo que ocupassem os lugares dos advogados, partes e testemunhas.

A turma foi recebida pelos alunos do Projeto Pescar e encerrou a visita na Escola Judicial, onde conversaram com o seu Diretor, o Desembargador Fabiano Beserra.

A coordenadora da EJA na Escola Afonso Guerreiro Lima, Elisabete Guedes, apontou a experiência como emocionante acima de tudo. “A minha experiência é anterior a essa visita de hoje, mas cada vez que eu participo e que eu revisito esses espaços, eu vejo como é importante para os alunos, para o desenvolvimento da cidadania”, avaliou. A coordenadora concluiu que as pessoas terem acesso aos espaços públicos, de fato torna-se uma experiência muito significativa e engrandecedora.

A coordenadora regional do TJC, juíza do Trabalho, Aline Fagundes, comparou que a atividade desta vez contou com um perfil diferente de alunos. “Um perfil de turma extremamente heterogêneo, nós tivemos aqui alunos de 16 a 84 anos de idade, alguns com mais de 40 anos de profissão, já aposentados”, destacou. Aline acrescentou que, com este perfil de turma, se tem muito mais a aprender com eles, porque trazem experiências de vida para compartilhar. “É um grande crescimento. Eu não vou jamais deixar de repetir o que eu digo em absolutamente todas as atividades do TJC: o nosso objetivo é entregar conhecimento, mas invariavelmente a gente coleta muito mais do que entrega”, concluiu.

Texto: Artur Chagas/ComEffective
Foto: Érika Ferraz/ComEffective

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