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Trabalho infantil tem primeira alta em dez anos, aponta IBGE

O IBGE divulgou nesta sexta-feira (13) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que anualmente traça um perfil econômico e social da população brasileira. O estudo mostra que a desigualdade no Brasil em 2014 diminuiu em relação a 2013, mantendo a tendência dos últimos dez anos. A única exceção foi a região Sudeste, onde houve aumento da desigualdade. De acordo com o indicador usado pelo IBGE, o índice de Gini, quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade.

 

O IBGE divulgou nesta sexta-feira (13) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que anualmente traça um perfil econômico e social da população brasileira. O estudo mostra que a desigualdade no Brasil em 2014 diminuiu em relação a 2013, mantendo a tendência dos últimos dez anos. A única exceção foi a região Sudeste, onde houve aumento da desigualdade. De acordo com o indicador usado pelo IBGE, o índice de Gini, quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade.

E a Pnad mostrou que o trabalho infantil no Brasil voltou a subir depois de anos em queda. São crianças, principalmente, entre 5 e 13 anos de idade que exercem algum tipo de atividade pra ajudar em casa.

A caixinha que um jovem de 13 anos segura não parece, mas é de Natal. O amigo diz que engraxa sapatos desde os 11. Hoje, tem 16. “Trabalhamos pra a gente ter nossa caixinha de Natal porque nosso pai, nossa mãe não têm condições”, conta.

Com a crise, o número de pessoas que trabalham por conta própria cresceu. Esse aumento, de acordo com o IBGE, está relacionado ao maior número de crianças entre 5 e 13 anos que agora trabalham para complementar a renda da família.

Em todo o Brasil, pais apelam para a ajuda dos filhos. Em Natal, a equipe do Jornal Nacional encontrou crianças na feira: vendendo frutas, carregando carrinho, mexendo em dinheiro. Em Aracaju, menores foram flagrados na mesma situação.

Na última década, o trabalho infantil vinha sendo reduzido ano a ano. Mas, em 2014, a quantidade de crianças trabalhando aumentou quase 10%. São mais de 14 horas por semana no batente.

Um menino entrevistado pela equipe do Jornal Nacional, aos 13 anos, começa a trabalhar de madrugada. “Umas 4h30. Saio umas 12h30”, conta.

Eles recebem, em média, muito menos que o salário mínimo: R$ 215 por mês. “No mínimo R$ 30, R$ 40, tira. Compro roupa. Dou pra minha mãe”, revela um jovem.

A boa notícia é que a pesquisa mostra que 96% das crianças que trabalham também frequentam a escola.

O pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade Simon Schwartzman considera preocupante que o trabalho infantil tenha voltado a crescer. “Você encontra uma porcentagem relativamente alta, 15%, coisas desse tipo de crianças que não vivem com a mãe – o que indica até mesmo uma situação de desorganização familiar. Esse grupo evidentemente é um grupo vulnerável, é um grupo que possivelmente não está aprendendo bem na escola”, afirma.

No Rio, a polícia fez uma operação na madrugada desta sexta-feira (13) e prendeu cinco mães que obrigavam os filhos a trabalhar. Logo depois da operação, uma equipe do Jornal Nacional encontrou um menino de apenas 6 anos vendendo balas na rua. “Minha mãe eu mandou”, diz.

Leia artigo Original no G1: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/11/pesquisa-do-ibge-registra-aumento-do-trabalho-infantil-no-pais.html

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