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Prêmio Anamatra de Direitos Humanos tem vencedor indicado pela AMATRA IV

Na noite de 18/9, no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro, ocorreu a entrega do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos. Durante a cerimônia, o jovem Maxwell Pereira dos Santos recebeu seu troféu pela conquista do 1º lugar na categoria Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC). “Quebrando as Correntes”, vencedor rap de sua autoria, foi inscrito pela AMATRA IV no prêmio da entidade nacional. A Associação esteve representada na solenidade pela presidente Carolina Hostyn Gralha e pela Coordenadora do TJC, juíza Aline Fagundes. Os diretores da AMATRA Gabriela Lenz de Lacerda (que também integra a Comissão de Direitos Humanos da Anamatra) e Márcio Lima do Amaral (membro da Comissão do TJC da Anamatra) e o juiz do Trabalho Renato Barros Fagundes estiveram presentes na ocasião. A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), desembargadora Vania Cunha Mattos, também acompanhou a entrega do prêmio.

“E, naquele dia ensolarado, com aquele nada despretensioso rap, Maxwell nos ensinou. Nos ensinou sobre racismo, sobre trabalho escravo e sobre trabalho infantil. Ensinou sobre a resistência pela música, sobre quebrar correntes. Falou de um lugar que nós não ocupamos e que justamente por isso tanto nos ensina (…)”. Leia a seguir texto da diretora da AMATRA IV, juíza Gabriela Lacerda de Lacerda. No depoimento, ela faz uma bela narrativa do TJC e suas vivências.

“Era final de 2016. O local: Escola Japão. A cena, um tanto inusitada: meu querido amigo Tiago Mallmann vestido de Papai Noel em um dos dias mais quentes do ano fazendo a alegria da criançada na cerimônia de encerramento do programa Trabalho, Justiça e Cidadania – TJC. 2016 não foi um ano fácil para nós, juízes e juízas do trabalho. E é por isso que perceber o empenho da Aline Borges na frente da coordenação do projeto (que vem somado a uma já pesada rotina de trabalho) me enche de orgulho. E acompanhada por inúmeros outros colegas (cito, com a certeza que cometerei a gafe de esquecer alguém, Marcela, Sheila, Marina, Márcio, Carol, Vânia, Luciana), lá estava ela acumulando a função de juíza com ajudante do Papai Noel.
O TJC é um projeto que leva juízes e juízas do trabalho até a escola. Conheci logo que eu entrei na carreira, ainda em Campinas, porque me pareceu interessante a ideia de ir nas escolas ensinar um pouco sobre Direito do Trabalho. Da minha arrogância intelectual (de recém nomeada no concurso), não sabia, contudo, que ao tocar uma realidade social que eu não conhecia não existia a figura do aluno e do professor. Estava eu, ali, aprendendo (e provavelmente mais do que eles).
E, naquele dia ensolarado, com aquele nada despretensioso rap, Maxwell nos ensinou. Nos ensinou sobre racismo, sobre trabalho escravo e sobre trabalho infantil. Ensinou sobre a resistência pela música, sobre quebrar correntes. Falou de um lugar que nós não ocupamos e que justamente por isso tanto nos ensina. Porque o que ele diz não está nos livros. Mas está no mundo lá fora, que é tocado pelo Direito, pelas nossas decisões, que não raro desconsideram a realidade material. Maxwell ensinou, mas também aprendeu. Aprendeu que encontrar uma amiga pelo caminho, como a Aline Fagundes, com o olhar sensível de perceber um grande talento, um potencial vencedor, pode fazer a diferença. Especialmente se essa amiga além de tudo tem um filho (igualmente jovem, estudante) com olhos sensíveis para ecoar toda a potência daquele rap.
Dessa mistura toda de gente bacana, com um imenso coração, saiu o prêmio de Direitos Humanos da Anamatra de ontem! Parabéns pessoal! Parabéns Amatra IV! E salve Maxwell, tenho certeza que foi o primeiro de muitos”!

 

Assista ao clipe de “Quebrando as Correntes” em: https://youtu.be/yxgnM0o_KsU

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